quinta-feira, 14 de julho de 2011

Púlpito




Púlpito

E como escrever mais um poema?
se todos já foram escritos
por outras, ou minhas mãos...
Meu coração como em púlpito palpita.

Minha visão ainda é a mesma
sobre um futuro não vindouro.
E a lua outra vez é cheia,
enquanto deita-se a noite.

E como escrever mais um poema?
Minhas rimas já não existem,
apesar de nunca rimarem.
Meu coração como em púlpito palpita.

Palpites nem sempre são esperados,
Quanto tempo hei de passar aqui?
O tempo não importa, quando nos importamos,
e nada se vai, quando tudo já não mais é.

Como escrever mais um poema?
O sonhos ainda são bons,
a realidade nem sempre, mas é a verdade.
Meu coração como em púlpito palpita.

Lúcio Vérnon

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Homem de Lata


Homem de Lata

Só mais um corpo de lata,
apenas silêncio no peito.
Razões irracionais, temporais,
- poeta sente como pedra.

O corpo enferruja ao tempo,
também as lembranças se vão,
- quando juramos eternidade?
A lataria reclama à saudade.

Os passos metalizados ecoam,
o corpo já não sente os toques.
Silêncio no peito, na alma.
Esquecimento, felicidade inalcançada.

Lúcio Vérnon