domingo, 21 de dezembro de 2008
Amigos
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Virada de Mesa
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Entendimento
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
A Não Construção
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Ode ao Passado
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Audição
terça-feira, 5 de agosto de 2008
UM SONHO
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Uma coisa ruim.
terça-feira, 20 de maio de 2008
Um momento na praça
terça-feira, 8 de abril de 2008
União estável.
O TIGRE E O DRAGÃO
Eis que do silêncio surge os amantes,
que se entrelaçam constantes etéreos.
Eis que do nada absoluto vem os sons,
que gemem em prazeres corpóreos.
E as estrelas caem em delírios lúdicos,
e a lua observa um novo e outro dia.
Eis que o próprio sol tem sua luz tênue,
por um amor novo que surge. Quem diria?
Eis que nos céus qual som pode se escutar, surgem do silêncio espiritual o tigre e o dragão. E eis que de um entrelaço fatal do gozo carnal, geme num abraço o expulsar de uma solidão.
Lúcio Vérnon.®
sexta-feira, 28 de março de 2008
Notas.
Ciranda
quarta-feira, 19 de março de 2008
Para ti.
Sinceridade
Por ti.
Palavras e sentimentos soltos ao vento. Uma morte interna, uma reviravolta indesejada. Um eu que não existe mais. Experimento uma avalanche de descobertas. É possível encontrar sua felicidade em outra pessoa? Será que foi isso que andei procurando? Por isso dá errado? E felicidade afinal, o que diabos seria? Alguém a conhece? Perguntas também em vão, desconexas entre si. Onde me encontro agora, nesse inferno que aceitei... Quero me sentir segura, não quero me prender. Não quero aceitar o que sinto, mesmo não conseguindo impedir. Quero fugir, mas não quero me perder. Algum dia sonho conseguir me guiar sozinha, porém não solitária...
DOR
*Em memória de Cristiano, irmão amado. Minha vida não importou para mais ninguém desde aquele dia. Sua morte foi a minha maldição.
terça-feira, 18 de março de 2008
Sexo
E quem está preparado para o amor?
Os moinhos ainda giram ao contrário...
O vento faz a curva nos contornos corpóreos;
E a relva não se movimenta quanto á brisa...
E quem está preparado para assumir a força?
A armadura já nem mais tem seu peso real,
O brilho da espada ilumina a moradia amante;
Mas quem está pronto para assumir o desejo?
E quem está pronto para assumir tal desejo?
Os moinhos continuam lá e giram e giram...
Tudo em nome de algo e algo em nome de um;
E quem tem coragem de assumir tal sentimento?
As palavras são escritas no vento curvo do corpo.
E tais palavras são sussurradas nas casas e escadas.
E quem tem coragem de assumir o arrepio antes gozo?
Quem tem coragem de assumir o verdadeiro prazer?
O estalar da cama talvez anuncia alguém...
E os gemidos noturnos dão asas ao prazeroso gozo;
Mas quem está pronto para tal sentimento?
Quem está preparado para assumir tal desejo?
quinta-feira, 13 de março de 2008
Descrevendo um poeta
O Brusco Poeta.
O poeta não nasceu para ser preso
E voa livre nos céus vermelhos sangrados,
E sente livre o doce encanto de se encantar,
E deixa se encantar pelos homens e mulheres.
O poeta se ausenta em busca de novas poesias;
E as pessoas são apenas brasas de cigarro acesas...
Que são tragadas a cada momento amante,
Enquanto são esquecidos num prazeroso amor febril.
O poeta ama em segredo um, e sempre sai ileso...
As pessoas amam, mas de qualquer forma nunca esquecem.
E o poeta é tal herói e tal algoz, e generoso com teus escritos;
Não prende e não se prende a ninguém, e se doa a todos e todas.
O poeta não tem um coração humano e mortal!
És sempre imortalizado na escrita e na memória do amante.
Ai de quem passa pelos caminhos desse sedutor supremo!
É seduzido e tragado, e prazeroso e esquecido mais e mais...
Lúcio Vérnon ®
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Poema antigo...
Diálogo
Caneta
Escreve a mão trepida,
Caminhos em versos avessos,
Frase insensata, talvez corrompida
Por dores da alma e dos ossos.
Tinteiro
Lúcio Vérnon®
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
III Poema dos Poetas
Poetas III
Poetas não falam... Pena...
Poetas sentem, talvez sofrem...
Poetas são só poetas apenas...
Poetas descansam a fala de tudo...
E quando não se sabe realizar?
E quando só se aprende errando?
Poetas só sabem poetar... Pena...
Poetas só têm as letras tortas...
Poetas só sabem observar, escrever...
Poetas negam a existência do fato...
E quando julgam errado?
E quando não julgam...?
Poetas só sabem realmente poetar,
Poetas não sabem o que são!
Poetas são! E fogem sempre!
Poetas são amaldiçoados seres...
E quando tenta parar? E quando não sabe como?
Poetas são só problemas... Pena...
Dão trabalho, são inconstantes, cientes...
Poetas... Poetas nada são...
Sombra esquecida, luz tragada...
Lúcio Vérnon®
Minha Alma Medrosa
Minha Alma Medrosa
Minha alma hoje murmura o silêncio,
Sente o real, os acontecimentos por vir.
Deseja acordar e viver, e realizar...
Chora por não ser, por não poder ser.
Minha alma triste hoje, cala-se...
Teme, treme, ri, canta, recai em prantos,
Queria e não sabe como re-dizer...
A vontade é de sempre ser teu.
Minha alma calada ouvinte, chora novamente... Teme e escreve rimas pobres em poemas, Enrola o tempo sentado quieto, solitário, Percebe que aos poucos é só alma calada.
Carpete Vermelho
Carpete Vermelho
Medo no corpo, corpo caído, fraco? No quarto quieto medo do sono, da noite? Formas, sombras, sonho, pesadelos? Pessoas sentadas ao carpete vermelho?!
Lúcio Vérnon®
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Noturnas Carícias
NOTURNAS CARÍCIAS
"Lá fora a lua intensa
brilha com uma luz plena."
Lúcio Vérnon
As nébulas desta noite
Cercam como a um filho;
Protege, acalanta, mima.
Guia como um farol a um navio;
Conduz a locais, de todo, desconhecidos.
Leva a um mundo utópico, ou real?
É doce as carícias da noite,
É suave se perder
LÚCIO VÉRNON GOIÂNIA- 126.05.06 ®
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Soldado
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Respostas
E quando tudo é mero silêncio, pode-se ver claramente,
Quando tudo e só silêncio, o grito de minha alma sabe a verdade,
E o que pensar de tudo o que se parece quando nada é?
Quando tudo é silêncio aparentemente, é possível escutar,
E quando não há mais maneiras de se fazer silêncio?
É hora de falar? As vezes o que falamos tem poder,
mas nem sempre querer é poder...
E poder se torna querer?
E como dizer absolutamente tudo quieto?
Quando tudo é silêncio, pode-se sonhar, talvez alcançar,
Quando tudo é silêncio, percebe-se que em tudo há uma jornada,
A jornada sempre começa em um caminho reto, mas para onde ir?
O silêncio é só mero som de algo que quer ser dito, mas e daí?
Quando tudo é silêncio pode-se brandir uma espada para a luta...
Pode-se escrever um poema brandindo o sentimento para conquista...
Pode-se apenas imaginar como seria o amanhã, após a caminhada...
Pode-se enganar pela imaginação temporal de um real ou ilusão inexistente.
Quando tudo é mero silêncio a música soa mais alto, e tudo é puro.
Quando é só silêncio existente, se torna amante, amor, paixão, pensamentos.
Quando é tudo silêncio, as coisas apenas são, e se deixa acontecer, sem força.
E quando todo silêncio é sem força, pode-se escutar choros, tristes, alegres...
Quando tudo é silêncio, os Deuses é só um, são só dois, são pagãos;
O tempo é mero acaso quieto que se deixa passar num segundo não contado,
A vida é apenas uma crença de um mundo feliz, e seria ilusão?
Quando tudo é silêncio os homens são simplesmente imprevisíveis.
Quando tudo é silêncio, as ruas se enchem de pessoas que dançam,
Quando o silêncio é tudo que há, há pessoas a observar o resto e todos.
Quando tudo é silêncio pode-se observar as estrelas melhor, o brilho é prata.
Quando tudo é silêncio, pode-se enfeitiçar com o brilho das pessoas, o brilho é prata.
Quando tudo é silêncio, talvez as coisas não são o que são...
E quando o silêncio simplesmente é tudo, o que pensar das coisas que acontecem?
Quando o silêncio é tudo, vem as resposta, mas quais são as perguntas?
Quando tudo é silêncio, e as ruas ficam quietas, cuidado, com o brilho das estrelas.
escadaria
É hoje é mais uma Quinta que antecede a Sexta-Feira, hoje é só mais um dia que o sol nasceu amarelo, mas encoberto por nuvens cinza que logo se formará em gotas de chuva e cairá por sobre meu corpo como quem quisesse purificá-lo das aviltudes de pessoas, espíritos talvez, mau agouro quem sabe. Ah!... Hoje é só mais um dia onde a brisa brinca de embalar as folhinhas das árvores e das pequenas flores ao pé de um poste iluminado, é só mais um dia que a brisa faz o perfume exalar por sobre o pátio. É só mais um dia como qualquer outro, como qualquer outro dia é o meu dia de ficar só solitário, sentado em minha cadeira no quintal, brincando com a fumaça que sai de meu carrasco cigarro, é só mais um dia que meus cadernos recebem mais uma dose amarga de poemas meus, com todo um sentimentalismo extravagante de pobreza, de falta de companhia. Ah! É só mais um dia que fazendo as contas passa-se de uma semana que me vi no alto de uma escada desejando jogar-me ao azar de sobreviver ou a sorte de finalmente encontrar-me num plano onde finalmente possa eu ser feliz. Já faz uma semana, uma semana que na beira daquela escada sentei-me no último dos degraus, ascendi mais um de meus cigarros e sem pensar em nada, queria apenas sentir o gosto pesado da fumaça passando por minha boca, chegando até os pulmões e retornando em círculos pequenos, hora grandes e finos. Quase inaudível tocava na casa de um senhor que estava à janela, uma música: Miss Sarajevo, estava na parte em italiano, e comecei a imaginar todo o sofrimento de um pai que perdera seus filhos na guerra, olhava o rosto do senhor e via uma lágrima que rolava devagar, como quem soubesse o que eu sentia naquele momento, e o meu desejo; fitava-me e eu a ele, era como se pudesse ver o filho dele, era como se ele despedisse de mim. Ele entrou para algum dos cômodos da casa, fechei os olhos tentando me tranqüilizar, e agora só ouvia a música que se repetia e repetia, e repetia em uma oração espiritual para que não me jogasse, uma oração ao Deus para que tivesse pena de mim talvez.Olhos fechados, e ouvindo a música que repetia, agora também ouvia as ondas se quebrando no mar, estavam cálidas, parecia também sentir minha dor, os passos começaram a se intensificar, olhei, o senhor estava sentando-se ao meu lado com uma caixa antiga, com apenas números em sua frente. 1914 estava em preto com gotas vermelhas, não me disse uma palavra se quer. A música gritava L'AMORE! Jogou-a em meu colo e em frações de segundos lá estava ele rolando escada abaixo. Ascendi outro cigarro, e olhei para baixo, alguns mendigos que passavam pela rua se aproximara, mas o corpo estava inerte, o brilho fraco nos olhos do senhor que pela primeira e última vez vi, com toda certeza nunca mais iria ver novamente, ele havia se jogado e eu nem falei com ele antes, talvez convencesse do contrário, mas quem me impediria de jogar-me? Abri aquela caixa, e lá havia duas fotografias, uma o filho dele na guerra sorrindo e a outra, bem a outra estava o mesmo morto não sei descrever a situação, mas pude ver que lágrimas marcadas no rosto, acredito. Atrás estava escrito:- Uma vez confiei no que me disseram, e mentiram. Outra vez dei a minha vida para que eu provasse a verdade. Morri. Agora gostaria apenas de ter companhia. Tenho, mas sou solitário. Entrego-te tudo que tenho, para que entenda que nunca deves se colocar em provas, pois aqueles que não acreditam em ti é quem não te merece. Não te mates, esse é o meu último pedido em vida, lutes pelo que quer, mas não engane a ninguém, e se ninguém em vós acreditar, não te preocupes teu silêncio será tua verdade.Ah!... Hoje é só mais uma Quinta que antecede a Sexta-Feira, é só mais um dia que o sol nasceu amarelo...
Lúcio Vérnon®OLHOS
domingo, 27 de janeiro de 2008
Poema Além da Matéria.
Poema de uma lembrança
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Acompanhante
ACOMPANHANTE
I
Um corpo inerte ao espelho; Olhos vagos, vazios, desiludidos; Um corpo mórbido, frio e distante; Sonhos em algum lugar, longe...
Perdido na imensidão do nada, Amando sem amar; prazendo sem prazer... Queria partir, queria sonhar, talvez ser feliz... E os ponteiros sempre se separam...
O vento frígido toca a face sutil... Quão sutil toque esquecido pelos ponteiros. Ponteiros sempre se encontram para separar-se. Queria que a própria vida assim não fosse...
Um corpo anãs pedras, beira mar... Beira agonia de não sentir-se... Queria poder ser qualquer ser. Não pode. Queria sonhar e ser feliz. Proibido pelo tempo.
Lúcio Vérnon. Goiânia 18.01.08®
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Esperança
ESPERANÇA As lágrimas caem e onde foi você? Não estás mais aqui para apará-las, Não mais sinto teus toques, presença. Seria antes a realidade real imaginária? O corpo palpita tépido ao último suspiro, Estremece a alma no súbito desejo de padecer, E tu não estás para consolar na última hora, A respiração falha ao coração parando... A vista escurece apenas vozes ao redor, O frio aquece a alma para partir, voar. Sua voz não deseja a boa viagem, bom pouso. O corpo já não mais é a prisão da alma amante. Ela ainda não sai desse infeliz ser, tua culpa, Pedistes para não ir, mas tu quem foste. Onde estás para deixá-lo partir, ser livre? O desejo é morrer para se viver, onde estás tu? Lúcio Vérnon, GYN- 03.09.06 ®.
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
OLHAR
CONTO DE UMA VIDA
Lúcio Vernon® Goiânia – 01. Maio. 2007.
PALAVRAS
FLORES BRANCAS
Flores... O aroma na casa era de flores, talvez jasmins, ou petúnias, não sei distinguir um cherio de flores, mas sei apreciá-las. Flores, a casa tinha cheiro de flores, ao fundo suavemente uma boa cansão tocava em algum quarto, e alí estava ele, com olhos fechados, para sentir a música, não escutava apenas com os ouvidos, mas com o coração, a mão estava sua caneta preferida, e um papel onde escrevia alguns de seus poemas, falando de amor, e amor, e amor.Entrei, ele não abriu os olhos, mas ainda assim me reconheceu como se tivesse me visto entrar, e pediu silêncio até aquela música acabar.
- Nada ficou no lugar,Eu quero quebrar essas xícaras,Eu vou enganar o diaboEu quero acordar sua famíliaEu vou escrever no seu muroE violentar o seu gostoEu quero roubar no seu jogoEu já arranhei os seus discos...
Que é pra ver se você volta,Que é pra ver se você vem...Que é pra ver se você olha pra mim. (...)
E continuou cantando, com um sentimento que sinceramente não conseguia se quer falar qualquer coisa, apenas escutava como se aquilo fosse minha vida, isso ficou marcado para sempre em minha memória, eu só tinha 19 anos, mulher na aparência mas menina ainda na cabeça, enquanto ele... Ah! ele era meu porto seguro, o amigo de infância, o namorado da adolescência e quem sabe o homem de minha vida no futuro. Sentia que ele cantava para mim, cantava por mim, e não abria os olhos, mas lágrimas de tanto sentimento rolva em seu rosto, tínhamos brigado alguns meses. E desde então não o vi mais.A música acabou, lentamente seus olhos se abriram, olhos castanhos, marejado olhos castanhos que sentia com uma capacidade que talvez, meu deus me perdoe, eu tenha até inveja. Abriu um sorriso, um daqueles sorrisos que não precisamos dizer mais nada, um daqueles sorrisos que dizem: que bom que veio; um sorriso que ao se abrir iluminava o quarto por tamanha pureza e tamanha vontade de dar um sorriso acolhedor.- Oi princesa - Como sempre me chamava, me comprimentou.Não consegui falar de início, apenas o abracei com toda minha força, o abracei para que nunca mais saisse perto de mim, para que entendesse que mesmo longe meus pensamentos estão perto, o abracei como quem não quer largar jamais.- Oi. - respondi aos susurros, não queria falar, apenas vê-lo, sentir meu coração bater mais forte, concertar meus erros, e acertar agora. Pedir desculpas. E falar o que realmente sentia.Ficamos abraçados por alguns longos minutos, mas minutos que para mim poderia ser a eternidade que continuaria da mesma forma, como era bom ficar nos seus braços... Como era gostoso sentir seu perfume...As vezes as coisas em nossa vida passa e não percebemos, as vezes simplesmente deixamos escapar a nossa felicidade por entre os dedos, e sem querer, quando vemos, não temos mais nada, não temos mais o nosso amor, não temos mais nossa motivação para ser feliz. Eu estava tentando continuar a história que havia dado um ponto final pensado apenas no racional. Mas ele era tão cavalheiro, compreensivo, companheiro, sabia que iria entender.- Perdão - disse eu, ainda sussurrando em seus ouvidos. - O que falei não era o que realmente queria, me enganei... Tentei mentir para mim mesmo, tive medo de enfrentar a nossa história sem saber o que aconteceria mais tarde...- Psiu! - olhou nos meus olhos e com os dedos a minha boca, pediu para não falar - Eu sei... Eu sei... E ainda com os dedos em minha boca, fechou os olhos novamente, e beijou-me os lábios como há alguns meses não sentia aquele beijo que ao tocar-me era capaz de me levar ao êxtase e gozos em apenas segundos. Um beijo tão puro e sentimentalizardo... Ah! que veijo... Como eu estava sendo tão louca de deixar minha felicidade ir embora assim, sem ao menos lutar, ou dar uma chance para que isso pudera acontecer, tão lindo, tão eterno... Tão amante...Nos levantamos da cama, sentido agora todo seu corpo, e nos meus sentimentos era já impossível disfarçar a felicidade que transparecia em meus olhos, e sorrisos que ao olhar para ele dava. Fomos ao quintal. E agora com as mãos à minha, cantarolava outra música, com o mesmo sentimento.
- Meu poeta eu hoje estou contenteTodo mundo de repente ficou lindoFicou lindoEu hoje estou me rindoNem eu mesma sei de quePorque eu recebiUma cartinhazinha de vocêSe você quer ser minha namoradaAi que linda namoradaVocê poderia serSe quiser ser somente minha Exatamente essa coisinhaEssa coisa toda minhaQue ninguém mais pode serVocê tem que me fazerUm juramentoDe só ter um pensamentoSer só minha até morrerE também de não perder esse jeitinhoDe falar devagarinhoEssas histórias de vocêE de repente me fazer muito carinhoE chorar bem de mansinhoSem ninguém saber porqueE se mais do que minha namoradaVocê quer ser minha amadaMinha amada, mas amada pra valerAquela amada pelo amor predestinadaSem a qual a vida ‚ nadaSem a qual se quer morrerVocê tem que vir comigoEm meu caminhoE talvez o meu caminhoSeja triste pra vocêOs seus olhos tem que ser só dos meus olhosE os seus braços o meu ninhoNo silêncio de depoisE você tem de ser a estrela derradeiraMinha amiga e companheiraNo infinito de nós dois
Ainda cantando, colheu uma das rosas brancas, que havia plantado para mim, sentou-se ao meu lado e antes que qualquer coisa eu resolvesse falar, deu-me outro beijo... e beijando fui-me cedendo, e explodindo todo um sentimento que havia guardado em mim que sabia que na verdade não seria mais de ninguém se não ele, meu Poeta, meu amigo, minha vida, o homem de minha vida que quase havia deixado escapar...O tempo apressou-se sem que nós percebecemos, e ao anoitecer, a lua cheia nos iluminou ainda no quintal, em baixo das árvores sentados no banquinho, coladinho a seu corpo sem nenhuma palavra a dizer, só momentos a sentir. Ele me encostou no colo e ficamos apenas a olhar a lua, as estrelas, passaria a noite alí com ele, ficaria alí com ele para sempre. E aos poucos fui-me adormecendo, com os carinhos que ele me fazia, me fazendo sonhar aos toques de sua mão leve.E já era dia quando acordei, Estava em minha cama, o telefone tocava- Alô - será que era ele me ligando? será que ele havia me trazido enquanto dormia para aqui?- Alô, gostaria de falar mesmo contigo... - respondeu a voz do outro lado o quem poderia ser?- Sou eu, lembra? O melhor amigo do Poeta - me recordei - Gostaria apenas de lhe informar... - sua voz estava cortada, e pelo visto com choro - O Poeta se foi, ele faleceu hoje.Desliguei o telefone. Como poderia aquilo? Estive com ele ontem, e recebi uma flor dele, fui ao meu quarto, vesti qualquer coisa e corri para a casa dele. Era verdade, Meu Poeta havia falecido, fui-me para o banco em choro, o mesmo banco de meu sonho, e lá estava a mesma rosa que ele havia me dado. Eu desperdicei com minha razão a minha felicidade... Eu joguei fora o meu amor, o meu Poeta... eu...
Pierrot
PIERROT
Lúcio Vérnon®
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
"O Ar Ainda Pesa"
“O AR AINDA PESA”
As lembranças não param...
Uma música toca quieta...
As lembranças não param...
Lúcio Vérnon ®
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
ICÓGNITA
Fecha os olhos para não ver o tempo passar, fecha os olhos e não quer saber de quem está logo à frente observando tudo com movimentos leves, para não perder nenhum momento com um movimento brusco. Pensa em algo distante quanto tudo que está do outro lado da realidade.
Fecha os olhos e não mais quer saber do que estar para acontecer, não quer saber das palavras pronunciadas, mesmo que essas consigam penetrar os pensamentos retirando uma lágrima cristalina que desce calada e solitária, e secreta para que não seja percebida; e não quer saber daquele lugar, e respira fundo, e olha para cima, não com um ar de dramaticidade, mas apenas para contemplar as estrelas que formam desenhos nos céus; olha para cima apenas para contemplar a lua que vem saudar e salvar aquele momento de minutos que deveriam ou devem ainda ser esquecidos logo após o fim. Fecha os olhos e não mais ouve, não mais sente, não mais está ali.
Dança enquanto caminha, ouvindo uma música que sai do vazio, apenas para acalantar suas tristezas e preocupações, não se importa com quem passa olhado, não se importa com quem passa falando, apenas sente o que ouve.
Dança e as vezes canta em voz alta de qualquer forma, para que no fim possa simplesmente soltar um sorriso que normalmente não sai sem algum sentido. E sorri para sorri sozinho, para achar graça de si mesmo.
Dança enquanto caminha, e baila numa festa real de apenas um convidado, já que para todos tudo tem que haver algo lógico. Dá gargalhadas quando tudo é mero silêncio.
Cala, quando em volta de muita gente, prefere ficar em silêncio quando não entende os motivos do porque as pessoas, as vezes é tão fútil. Cala, as vezes quando não deve, mas fala quando precisa, e fala sem pudor. Prefere ficar em silêncio antes de falar.
Cala e consente quando falam como é, ou quem é, ou ainda o que é, aceita simplesmente sem nada falar, e fala concordando com tudo o que dizem, sabe que o importante é estar bem consigo mesmo. Palavras sem sentido não faz sentido algum martirizar dentro de si.
Fecha as mãos em posição de luta quando vê algo errado, fecha as mãos em comemoração, fecha a mão para sentir uma música.
Fecha as mãos apenas para sentir-las se fechando, apenas para sentir-se com vida. Fecha as mãos por puro prazer de fechar quando gosta ou não de algo.
Brinca com a imaginação sempre que pode, não para ser apenas alguém com boa imaginação ou ser aclamado por isso, mas apenas para fugir de tudo o que cerca naquele lugar, brinca com a imaginação, para fazer algumas pessoas rirem quando realmente necessita.
Brinca com a imaginação a para se acalmar de um dia ruim, ou para continuar em um dia bom. Brinca para ser o mesmo, e nunca se esquecer que ainda tem um coração acima de tudo.
E escreve. Escreve qualquer coisa que venha à cabeça, escreve por escrever ou para contar algo a alguém, escreve tudo com algum sentido ou sem sentido, escreve pelo prazer de brincar com as palavras, vendo-as formarem frases e textos, escreve para ver as palavras criarem vida.
Escreve para colocar para fora o que sente, para não julgar antes de conhecer, para não falar antes de dever, para se lembrar que palavras podem machucar, para ser triste ou feliz a sua maneira. Escreve para esconder o que sente ou o que viu, ouviu, foi ou ainda é. Escreve pelo gosto da escrita, escreve para amar, sorrir, chorar, cantar. Escreve para não mais usar as armaduras, as máscaras. Escreve para ser transparente.
Lúcio Vérnon®