terça-feira, 2 de setembro de 2014

Lamentos




Era como de vermelha,
saia rodada pelo corpo
que apesar do desejo,
ecoavam-se em palavras rudes...

As mãos que antes ardentes,
agora distantes. Tal qual tempo
que perdia em orgulho de fitar
imagens recriadas pelas sombras.

Era como de vermelha,
que a vontade transcendeu a voz,
rodeada como que flores
em desenhos vestidos como luz,

enquanto sentia de leve
os lábios de palavras sujas
limparem em seu corpo
os desagrados de enganos cometidos.

Era como de vermelha
que a pele se tornava aos toques
em carinhos tão virulentos
quanto os pedidos de mais,

e mais velocidade
de apaziguarem-se em silêncio
e gemidos ofegantes
do gozo pós acertos.

Lúcio Vérnon