segunda-feira, 21 de abril de 2014

Íntimo




Aproveita-se do ponto
que profundamente
estremece a pele
de prazeres úmidos,

como quem sente
o próprio corpo
tão frenético
quanto a noite

que em silêncio
estronda-se o grito,
abafado pelo beijo
e revelado pela mão

indelicada,
que percorre áspera
curvas suaves,
arrepiando o olhar

e tocando-lhes do pescoço,
aos seios de teus sussurros,
enquanto maliciosamente
eleva-os dos versos à boca,

pronunciando personalidades
de tão parecido reflexo
como só a intimidade mostra

entre o suar de lençóis.
Lúcio Vérnon


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Volúpia




E é por medo do som,
que em silêncio,
olhos escorregam a pele
de macia pétala,

junto as mãos sorrateiras
que penetram espaços
de gemidos tenros
e sorrisos loucos...

É por tempo que corre
sem minuto passar,
que num sussurro
ardem as palavras

em beijos e quadris
ao corpo molhado
de líquido prazer,
e suado de rubro tocar...

É por desejo de estar,
que em velocidade plástica
recorre aos dedos
que na boca tomam sentido

de verbos trovados,
sobre rimas de ecos ouriçados
em dedos que apertam as costas
e arranham a madrugada.

Lúcio vérnon