domingo, 27 de março de 2011

Rosa Escarlate



Rosa Escarlate

E perdendo a cor
desaparece no ar,
como recordações
de algo intocável...

- Arde em chamas
um símbolo de rosa
cercada em meu peito
por espinhos metálicos...

Quão distante está o desejo?
mais uma noite cai, lua alta.
Sigo as pegadas de meu caminho,
me desfaço em teu sentido.

- Abrasa-se meus olhos
enquanto rejeito o passado,
de qual espada de dois fios
amputa o próprio senhor.

E esquecendo-se do tom,
notas estridentes ecoam
perturbadoramente sonhos
ausentes de tua presença.

- Queimo-me o corpo
enquanto das cinzas
nada renasce, uma vela
trepida enquanto me fecho.

Lúcio Vérnon

domingo, 13 de março de 2011

Escorpião


Escorpião

Desejo de ti a picada,
teu mel viçoso
correndo em minha veia,
saciando a cobiça de um suave tocar.

Desejo de ti o perigo,
tua essência
esvaindo o meu corpo
embalando-o em prazer...

Desejo o teu toque
na crua carne,
mesmo que em segundos
a realidade se desfaça.

E desejo-te por cima
enquanto deito meu corpo
entregando-o ardente,
prazendo-me de teu veneno.

Lúcio Vérnon

quinta-feira, 10 de março de 2011

Suicídio



Suicídio

Sorriso atrofiado,
Humor em doses apáticas,
inconstância de pensamentos,
Sentimentos na lixeira...

- E tudo não passou de ilusão...
todos os risos, olhares, carícias;
talvez palavras. Máscara de ilusões.
E agora é tão difícil continuar...

Um passo de cada vez,
um dia após o outro,
nenhum momento retorna,
só as lembranças choram.

- Esvai-se todos os toques,
como poeira ao vento,
E lembranças não são esquecidas
como deveriam. Muito difícil continuar.

Um poema após o outro...
Um poeta abdicando de ser.
 Um homem desejando sair.
- Já não quero continuar.

Lúcio Vérnon