Padecem em veludos
as pétalas de ébano
que desfalecem entre os dedos...
- Não é tristeza... É segurança!
Já os espinhos perfuraram as mãos,
e jorram sentidos lógicos
numa mente conturbada...
- Não é dúvida, querida, é certeza.
E tal certeza é de que não há
o que esperar. Esperar é vão,
quem muito quer, nada tem.
e quem muito tem, muito perde...
Padecem em veludos
rosas entregues à lembranças,
algumas vindouras, outras presentes.
- Não é loucura... É lucidez.
O tato, não mais deseja
e arrepia ao sentir o passado.
Sentia o orvalho enquanto amanhecia,
- Não são sentimentos... São despedidas.
Lúcio Vérnon