domingo, 27 de outubro de 2013

Comparações




Estava no limite de entregar-se.
Tais curvas desenhavam traços
que de cigana, revelava o olhar
e os lábios de palavras firmes.

Transparente, como cristal
que se olha de um prisma 
temporal, completo, sem falhas
e tão perfeitamente lapidada.

Baiana, como convite
de hospitalidade oferecida
ao amigo, amante...
Como quem prova o desejo.

Estava morena qual dourada
cor de natural forma,
gingado e malícia quais palavras
que não conseguem descrever.
Lúcio Vérnon



sábado, 26 de outubro de 2013

Cores





- Castanhos...
São castanhos os olhos negros
que da morena lhe atrai
em momentos tão poucos.

- É negra...
que da pele lhe amacia e fala
em cor de ébano e noite
que estrelada, traz-lhe o caminho

Branco...
É de branco que se veste
e encarde o desejo
que com o suor revela o desejo.

É negra...
E quem sabe anseios....
Quem sabe sem querer
num movimento apenas é da negra mulher.
Lúcio Vérnon



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Morena



Já é de morena
a virtude do mar
que como vinho
desnuda-se sentidos,

num colóquio de memórias
nunca antes vivenciadas,
de um passado tão presente
e de uma voz tão sublime...

É da morena
que com frases acertadas
revive o titubear
de um peito acelerado,
de um romance não esquecido,
de um desejo inesgotável.

E como dizer à morena
que não vá,
que as palavras não devem ir,
que o tempo não pode passar
sem antes unir
o que nasceram para ser?

É da morena
esse jeito de querer
mais e direito
os carinhos e os abraços
que lhe fazem ofegar.

Lúcio Vérnon


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Viola






É a Viola...
Branca qual algodão
de suave olhar.
Desenha pássaros nas costas.

São as curvas da viola...
São as formas
dos olhos azuis
que lascivo, convida à perfeição,

brincando com sinônimos
nos toques de tuas coxas,
elevando à boca, a mão
e sobretudo teu próprio gosto.

São as curvas da viola...
São de bustos alvos e rosados,
qual desenhos de nuvens,
existentes apenas em emanações.

É a viola...
Semelhante àquela mulher,
que com palavras suaves,
sussurrando em seus ouvidos,
lhe estremecem os membros

delicadamente e excita-lhes
os já tépidos lábios
com a caneta de teus seios
e chora canções outrora cantadas.

Lúcio Vérnon


domingo, 6 de outubro de 2013

Entre Danças






Sorrisos tímidos,
movimentos compassados,
velados desejos
e quase silenciosos em pensamentos.

Luzes  contornam tuas curvas
e revelam o brilho de tua pele
para que com a minha se una.
Contornando antigas memórias...

sorrisos tímidos e olhares cruzados...
o que será que pensam?
o tempo é pouco para aguardar
um momento semi perfeito.

seria possível então o acontecer?
incondicionalmente pleno...
... É tua face... Tua própria perfeição.
Sentido que não se faz...

Lúcio Vérnon


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Porcelana




Macia maçã da face alva,
rosada por baixo da maquiagem
que nada esconde
e delineia seus sentidos

que de cintura próxima
revela o contorno da mulher
há muito desejada
em devaneios tão lúdicos.

Macia carícias de lábios,
que de vivos repassam as cores,
trepidando a alma
enquanto ouriçam os pensamentos.

Que de homem se passa pleno
e paciente ao próximo encontro.
Desejando-lhes o corpo
em toques frenéticos e naturais.

Lúcio Vérnon


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Boneca





De porcelana...
Pele alva de prata
matutina antes do nascer,
antes do não ser...

E não precisa de muito,
e não deseja o que é pouco.
de cigana se fez o corpo
que espera o inesperado.

É de porcelana
que se rompe em afagos
de cautelosos toques
por medo de que se parta.

E já não precisa de muitos,
mãos que se enredam nos cabelos,
que de vermelho só desejo é pouco,
e ofega enquanto aproxima.

Lúcio Vérnon