sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Coração de Lata



Coração de lata,
frágil quanto cristal.
Sorrisos de passado tênue
e tão presente como o futuro

Que de tão próximo
esvai-se por entre os dedos
sem caminhos, Sem histórias...
Ou seria das histórias, teu sentido?

Coração de lata...
o tempo não retorna,
Mas sempre tem seu novo fim,
tal qual a própria vontade de ser.

Qual tua vontade,
que enquanto tudo é quieto
pranteia em silêncio,
entre soluços tão sonoros?

Coração de lata...
Sofre apenas os que não são humanos,
tais como os perfeitos
que não aprenderam errar.

Lúcio Vérnon


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Menino




Para onde foi
o menino franzino de sorriso largo
que em largo tempo se sentava á ponte
e como tantos, sonhava...?

O que seria quando crescesse?
... Jogador de futebol,
Lutador, desenhista ou Astronauta?
Seria homem? Seria eu?

Para onde foram todas as cores,
Que em desenhos, contava histórias
sobre dias infindos
e tardes em cafés de avós...?

Teria então vislumbrado o futuro?
Seria humano na mais profunda essência?
O que seria quando crescesse?
presidente, cantor? Seria você?

Lúcio Vérnon


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Noturno




É de noite que em sussurros
desejo verbalizar tais sentimentos,
intensos quanto tempestades
e silenciosos quão própria pele de segredos.

É de noite que ao ouvir tua voz,
ouriço os anseios e saudades,
que como luva cobre o tato
angustiando a vontade dos toques.

É de noite, que enquanto sonho,
trepido o corpo em volúpias e gozo
de querer sentir teu perfume próprio
ao som das eternas correntes das águas.

Lúcio Vérnon