segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Silêncio

Si

Silêncio...

E ainda que não tenhas
que não vejas, não toques.
- Seria eu?
Ainda que seja noite,
ou que já repouses na cama.
- Não serei eu.

E ainda que desejes,
e que sonhes, e que chames.
- Seria eu?
E ainda que a beijes,
e alargue tuas costas num abraço.
- Não serei eu.

E quando o telefone tocar,
e quando um riso se parecer.
- Seria eu?
E quando ver as costas
caminhando sozinho a passos apertados.
- Não serei eu.

- Porque estive no presente já passado,
nos afagos bem quistos, e nos não correspondidos,
nos beijos que tiram o fôlego, e nos que enojaram,
e nos desejos apaixonados e nos puros da carne...

Lúcio Vérnon -- À Cristine