segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A Não Construção

A NÃO CONSTRUÇÃO. Corpos suados, transcendentes, volumosos. Gemidos, risos, amantes, desejo em realidade. Conversa. E nada como gostaria, apenas corpos, Mito criado da mais pura realidade de um homem. Chuva, calor, chamado, escritos, choros transparentes, Pensamentos, contínuos, esquecidos, relembrados... E tudo como deveria ter continuado, alargando a decisão. E qual decisão tem o poder de permanecer imutável? Choram os violões novamente, Choram as vozes que cantam. Paralelas que se cruzam sem parar, caminhos parecidos... Não há sentido em um peregrino se este não resolve caminhar, Mas qual sentido caminhar sem saber aonde ir ou onde parar? Corpos suados, e mais um sofá que se lembrará ao eterno. E mais uma xícara de café para o poeta que só escreve... Mais uma noite desacordada num sonho penetrante e real. Gemidos, risos, e músicas, e uma só varanda, céu nublado novamente.
Lúcio vérnon®

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Ode ao Passado

Ode ao Passado O corpo Fraqueja ao passado, e caminha na estrada escura, floresta noturna de estrelas escondidas caminhos transparentes de rumos ocultos. Os olhos revelam o muito perdido, e a respiração provém do umbral. Ai! Saudades dos tempos antigos Quando Tal batia em minha porta! As pernas cansadas caminham. E caminham para lugares sem ver, as mãos ainda fortes levam a espada, cabelos longos brilham à noite. O corpo fraqueja ao passado, e a floresta é ainda a mesma. Ai! Saudades de quem se foi com uma pedra na janela que abrirá. E os ouvidos ainda ouvem tal voz que firme dizia: parta e não voltes. O rosto ainda sente a brisa gélida que teimosamente fala: Retorne. Lúcio Vérnon®

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Audição

Audição. Ouço as vozes que gritam desordenadamente, Ouço outra voz que implora salvação, Mas que salvação? Nada se salva nesse mundo. E que mundo? Nada é aparentemente real. Ouço os passos de quem caminha sem rumo, E vejo o semblante de quem mergulha em pensamentos, Fechos os olhos, e vejo o imaginário tão real... A realidade que não se toca, mas não deixa de existir. Ouço as músicas que tocam sem parar... Queria eu ser aquelas vozes, tão fortes e determinadas. Ouço as músicas que exala em cada um, E vejo os olhares musicalizados de um desejo escondido. Ouço as notas, em Dó maior, em Lá Menor, Fá sustenido, Queria ser eu a tocar, a ser as notas ouvidas. Tocadas, Ouço o tilintar das cordas, os sopros ecoados, E sinto o turbilhão palpitar insessante, infinito, eterno... Lúcio Vérnon®