quarta-feira, 28 de maio de 2014

Cigano




É assim como vinho...
Torpe e ébrio,
torto quanto passo,
que de olhar encara-te
futuro antes de um tempo...

Rabisca cabelos
com espalmadas mãos,
fortes como estradas,
e que percorre tua pele
antes mesmo do caminhar.

É assim que de real azul,
de lábios que sorriem,
encontram-te como dança
enquanto tudo são cartas
de horizontais entrelaces...

Histórias que se cruzam
em palmas e marcas produzidas
com sonoras mordidas em gozo
apalavradas e concedidas pelo desejo
de apenas caminhar novos rumos...

É assim que de vegetal verde,
seduz como molduras,
adornadas de suave mistério,
personalidades de noites
há anos já passadas...

De vidas já cruzadas,
como quem conhece
vários corpos em camas deitados
entre velas e destinos,
sorrisos e outras paixões...

Lúcio Vérnon