domingo, 26 de outubro de 2014

Morena de samba






Arde qual morena
que em mesa como cerveja
traz o gosto amargo de desejo,
pela vontade de não esperar,
enquanto de toques em samba
requebras as cadências
de um olhar que abrasa,
toques pelas coxas as mãos
que sobem às palavras...

Arde qual morena
que de pele alva
traz o gozo no olhar
provocante quanto as ondas
de um oceano ainda distante,
mas viajado como saveiros
de brancas velas e tenro
pelas curvas que minhas mãos
insistem em não largar...

Arde qual morena
que de suave gesto
cantarola como flauta
em choro de gemidos,
de lençóis bagunçados
da noite que insiste em despedir-se
ainda tão antes da hora
e fora dos movimentos de pernas...

Arde qual morena
que do malandro já sem o chapéu
embriaga-se do prazer,
do capricho, de uma provocação,
da lascívia que é teu corpo
em tons rubros do dedilhar
das cordas de sua cintura
sem música tocar
se não, a pura excitação de teu ser...