quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Finais de História


Era uma vez, alguém que estava triste e solitário...
Era uma vez alguém que mesmo cansado caminhava...
Era uma vez, alguém que sonhava e acreditava...
Era uma vez quem mesmo descrente lutava...

E quem falou que isso é um conto de fadas?
Era uma vez alguém que não queria desistir...
Era uma vez alguém que realmente amava...
Era uma vez quem queria não chegar ao fim...

E quem disse que tudo em sempre um conto de fadas?
Era uma vez um homem que chorava silencioso...
Era uma vez uma mulher que queria ser feliz...
Era uma vez alguém que queria ter um futuro qualquer...

E quem falou que isso é um conto de fadas?
Era uma vez uma noite que se passou silenciosa...
Era uma vez um sentimento que existe e...
Era uma vez o que "era uma vez" e não houve final feliz.
Lúcio Vérnon ®

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Fragilidade

Fragilidade Tudo se quebra e se vai, Locomoção natural do tempo. Não existe o sempre, só promessa, Existe o agora e nada além. Pedaços não colam, estilhaçam; Silêncio às vezes nos faz chorar. Lágrimas juntam fragilmente Pedaços aleatórios de lembranças. Tudo se quebra e vira caleidoscópio, Psicodelia lírica do que queríamos; As vezes pesadelos imemoriais... Outras vezes sonhos de lembranças.
Lúcio Vérnon ®

domingo, 7 de junho de 2009

Mau Caráter


Também os poetas precisam do sexo, do pecado.
Precisa da carne, do cheiro, ser tocado...
Corpos suados como poemas entrelaçados,
Vertigem do gozo, olhares marcados.

Também o poema precisa do ardor,
Um calor que arrepia mostrando o torpor...
O dedo desliza quão caneta no verso,
O corpo incendeia num beijo imerso.

Dos movimentos, da respiração ofegante,
Dos toques suaves, das mãos do amante.
E dos prazeres que prazem, a luz de velas,
Também os poetas precisam delas...

Mas ao acordar da noite voluptuosa,
Esqueça do rosto, das formas suntuosas,
Olhe nos olhos e dê um sorriso de alegria,
Pois no dia seguinte és apenas uma poesia.
Lúcio Vérnon®

quarta-feira, 29 de abril de 2009

De Volta a Estrada

De Volta a Estrada. Quando o sorriso se apaga, A máscara renasce... Rosto esbranquiçado, sombra nos olhos, Boca pintada de negro, e um olhar lânguido... Tudo volta a normalidade casual e temporal. Os passos se apagam diante aos olhos, A capa negra ressurge pairando ao vento, Tudo o que era já não é outra vez... As certezas incertas gritam e explodem. O peito massacrado e marcado sangra, Os dedos e as mãos buscam a antiga derrota, E uma espada brilha sua luz negra outra vez. O rosto já não sente a dor outra vez... Os passos somem enquanto caminha, A estrada se estreita enquanto se alonga, A poeira conta a história de quem passou, O sol castiga o corpo febril e imprudente. Quando o sorriso se apaga, o peito clama, O que a garganta não fala, e chora... E na volta quem sabe os olhos vêem a força Dos que nunca foram fortes, e agüentam.
Lúcio Vérnon®

sábado, 10 de janeiro de 2009

Ninguém sabe

Ninguém sabe. Ninguém sabe de onde, ninguém sabe... Não há homens onde o tempo não passa, Como não há homens onde tudo há. Ninguém sabe o que, ninguém sabe... As músicas falam de caminho, São otimistas todos o que cercam, E até mesmo poderia ser, mas... Bem, ninguém sabe o que é. Lembra quando as estrelas ainda brilhavam? E quando ainda as noites eram para sempre? O caminho ainda é o mesmo e tudo é... Tudo é exatamente como poderia ser, tudo é. Ninguém sabe o que falta, ninguém sabe... E o vazio ludibria a visão onde tudo vê. E se tivesse tal força, tal vontade, tal tempo. Não se pode escolher. Não se pode voltar. Lembra de quando só importava a amizade? “Não importa onde estamos se temos a nós.” Qual quer lugar pode se haver luz, não vê? Mesmo que a luz só nós a vemos, não vê? Ninguém sabe e talvez ninguém entenda, E talvez precisamos de mais amor, talvez. Mas talvez o que falta na verdade é só O que sobrava sempre quando sentados.
Lúcio Vérnon®