quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Audição
Audição.
Ouço as vozes que gritam desordenadamente,
Ouço outra voz que implora salvação,
Mas que salvação? Nada se salva nesse mundo.
E que mundo? Nada é aparentemente real.
Ouço os passos de quem caminha sem rumo,
E vejo o semblante de quem mergulha em pensamentos,
Fechos os olhos, e vejo o imaginário tão real...
A realidade que não se toca, mas não deixa de existir.
Ouço as músicas que tocam sem parar...
Queria eu ser aquelas vozes, tão fortes e determinadas.
Ouço as músicas que exala em cada um,
E vejo os olhares musicalizados de um desejo escondido.
Ouço as notas, em Dó maior, em Lá Menor, Fá sustenido,
Queria ser eu a tocar, a ser as notas ouvidas. Tocadas,
Ouço o tilintar das cordas, os sopros ecoados,
E sinto o turbilhão palpitar insessante, infinito, eterno...
Lúcio Vérnon®
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