terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Forma


Não encaixa versos
com o que já foi escrito.
O corpo suado sente falta,
inerte e cansado, dói a vontade.

Não se encaixa as palavras,
risos e palmas, tapas até.
Corpo presente enquanto sonha futuro,
ausência pendente e dura o silêncio.

Falta-lhe a forma do encaixe perfeito,
olhos trêmulos lêem tais versos,
mãos inquietas recai sobre o corpo,
falta um abraço e o sono se vai.

Lúcio Vérnon

2 comentários:

  1. Êêê... saudade do amore!

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  2. É um poema de traço forte, intenso e de certa 'forma' belo. Remete a pensar em vida, e morte também, instinto, anseio, descoberta.
    Em "olhos trêmulos leem tais versos", saudades de como poderia ter sido; do tempo que ainda não passou ou simplesmente a cena de quem lê um poema póstumo, cujo leitor não estava presente para dar um último abraço, sei lá...rsrs!
    "Falta-lhe a forma do encaixe perfeito", talvez o verso mais intrigante!
    Linda música!!!
    Quel.

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Saudações a todos que contribuírem com os comentários, para que eu possa sempre melhorar, e aos que apenas vieram ler.
Muito obrigado pela visita.