sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Rosa Negra



Padecem em veludos
as pétalas de ébano
que desfalecem entre os dedos...
- Não é tristeza... É segurança!

Já os espinhos perfuraram as mãos,
e jorram sentidos lógicos
numa mente conturbada...
- Não é dúvida, querida, é certeza.

E tal certeza é de que não há
o que esperar. Esperar é vão,
quem muito quer, nada tem.
e quem muito tem, muito perde...

Padecem em veludos
rosas entregues à lembranças,
algumas vindouras, outras presentes.
- Não é loucura... É lucidez.

O tato, não mais deseja
e arrepia ao sentir o passado.
Sentia o orvalho enquanto amanhecia,
- Não são sentimentos... São despedidas.

Lúcio Vérnon

5 comentários:

  1. Lúcio, belíssimas palavras. Palavras riquíssimas. Parabéns pelo que escreve, sempre me deparo com incríveis poemas teus. Beijos. Alice.
    "Esperar é vão,
    quem muito quer, nada tem.
    e quem muito tem, muito perde."

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  2. Muito bom, meu caro. Um dos meus preferidos seus.
    Abraço

    Ps.: Bora marcar uma mesa de bar num fim de tarde?

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  3. BRAVO!!! ... do início ao fim!
    Engraçado, hoje lembrei de você justamente sobre a última palavra da primeira estrofe do poema, 'segurança', que tem e transmite; invejável! (rsrs)
    Adoro essa música, sempre a escuto para me lembrar como tenho construído minha caminhada e cheguei até 'aqui' (que amanhã já é 'lá e ali').
    Parabéns! Abração!
    Quel.

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