domingo, 12 de fevereiro de 2012

Pessoal


Hoje gostaria de falar de mim,
Esquecer um pouco o que há...
Gostaria de falar um pouco de amor,
Não amor, não vou falar de você.

Hoje gostaria de falar de mim,
conjugar verbos em solícita redundância.
Falar um pouco sobre tudo,
com a vicissitude de sorrir sem motivos

Hoje, queria falar de mim,
esquecer um pouco todos os problemas,
cantar em voz alta, ver olhos que me olharam,
gostaria de simplesmente me sentir, frágil, talvez.

É... Hoje eu queria falar de mim...
lembrar de coisas boas, e me silenciar,
gostaria de viver meu mundo, amor...
Me aquietar e quem sabe receber carinhos.

Hoje eu queria falar de mim,
Sentir o gosto de algumas palavras,
Mas as palavras, amor, não se separam do ser,
E não posso falar de mim, sem falar de ti, amor.

Lúcio Vérnon.

4 comentários:

  1. Há amores em que o outro faz tanto parte de nós que fica difícil saber onde terminamos e o outro começa. Poema simples e bonito. Abraço!

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  2. Texto lindão e profundo também!
    Muitos verbos no futuro do pretérito, característico de quem já amou e ama muito ainda!
    Essa música dispensa comentários, genial, filosofia de vida não é?!
    Abração! ;)
    Quel.

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  3. "Mas as palavras, amor, não se separam do ser,"
    Para mim, o verso mais expressivo de todo o poema.. Diz das relações simbólicas presentes em tudo que fazemos.. e que até mesmo para expressarmos o que somos e sentimos precisamos de muitas coisas que não diz só de nós.. mas, das relações com os outros.. neste caso, com uma pessoa amada. Adorei o poema. E me encanto particularmente por este verso.

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