quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ampulheta


Ampulheta                                                                                                        
 "O tempo é mero acaso de
segundos não contados"      
(Lúcio Vérnon)
A areia escorrega pelo vidro,
as estrelas descem,
mais uma manhã renasce
e sobrevoa a vida como pássaro.

A poeira baixa, e uma gota de chuva
cai por sobre a roupa
que encharca enquanto caminha
numa direção que não há trilhas...

E teu rosto parece de um anjo,
quando sorris enternecida.
A areia escorrega pelo vidro.
E não há mais. Só palavras e versos.

E versos nem sempre dizem tudo...
Olham-se, há distância, e silêncio...
A areia escorrega pelo vidro,
e uma lágrima escorre pelo rosto

já pálido, e cansado, e descrente...
Mais uma manhã nasce,
teu rosto ainda é de anjo,
Mas teu corpo já cansado.

Lúcio Vérnon
"Dedicado a uma amiga que casaria 
se fosse love-me tender a música,
e que sofreu por algo ultimamente."

Um comentário:

  1. Adorei o poema.
    Conquistou-me já no título. Bela interpretação.
    Obrigada, meu caro.
    Beijos

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