quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

De Efeito

AD EFFECTUM

Não, amor não nasceu para o poeta, Como o demônio não nasceu para ser Deus. O poeta existe para sofrer, sentir e escrever. O poeta tem apenas sua maldição como meta, A maldição de escrever e sofrer os amores seus, Gemendo teus ais, de esquinas em esquinas que vier. O sonhar, sim, é para esses catadores de letras. Somente ali poderá realizar teus ímpios desejos, Mesmo que seja apenas por milésimos de segundos. Porque talvez seja o que o destino reservou, apenas, Os mau dizeres da vida em insanos gritos roucos, Ao revelar da verdade e do viver a ilusão; seus dois mundos. Não a felicidade, também não para nossa classe. Nenhum poeta pode ser feliz, não pode ser amado, Exceto o amor de mãe, e dos que lêem tais versos. Talvez se o poeta parasse e a caneta finalmente calasse, Quem sabe deixasse de ser poeta, fosse para o outro lado, Podendo amar, fosse feliz, enquanto nós somos os avessos. Lúcio Vérnon®

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